quinta-feira, 2 de junho de 2011



COCAÍNA

As drogas acionam o sistema de recompensa do cérebro, uma área encarregada de receber estímulos de prazer e transmitir essa sensação para o corpo todo.
 Esse ecanismo vale para todos os tipos de prazer - temperatura agradável, emoção gratificante, alimentação, sexo e desempenha função importante para a preservação da espécie.
Evolutivamente, o homem criou essa área de recompensa e é nela que as drogas interferem. Por uma espécie de curto circuito, elas provocam uma ilusão química de prazer que induz a pessoa a repetir seu uso compulsivamente. Com a repetição do consumo, perdem o significado todas as fontes naturais de prazer e só interessa o prazer imediato propiciado pela droga, mesmo que isso comprometa e ameace sua vida

A Erythroxylon coca é uma planta encontrada na América Central e América do Sul. Uma substância alcaloide que constitui cerca de 10% desta parte da planta, chamada benzoilmetilecgonina, é capaz de provocar sérios problemas de saúde e também sociais. Na primeira fase da extração do alcaloide, as folhas são prensadas em ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, resultando em uma pasta denominada sulfato de cocaína. Na segunda e última, utiliza-se ácido clorídrico, formando um pó branco. Assim, neste segundo caso, ela pode ser aspirada, ou dissolvida em água e depois injetada. Já a pasta é fumada em cachimbos, sendo chamada, neste caso, de crack. Há também a merla, que é a cocaína em forma de base, cujos usuários fumam-na pura ou juntamente com maconha.
Efeitos:
 Além de causar euforia, bem estar e sociabilidade, a cocaína pode levar à aceleração do coração, a pressão aumenta e a pupila se dilata. O consumo de oxigênio aumenta, mas a capacidade de captá-lo, diminui. Este fator, juntamente as com arritmias que a substância provoca, deixa o usuário pré-disposto a infartos. O uso frequente também provoca dores musculares, náuseas, calafrios e perda de apetite
            Como a cocaína tende a perder sua eficácia ao longo do tempo de uso, fato este denominado tolerância à droga, o usuário tende a utilizar progressivamente doses mais altas buscando obter, de forma incessante e cada vez mais inconsequente, os mesmos efeitos agradáveis que conseguia no início de seu uso. Este ciclo torna-o também cada vez mais dependente, fazendo de tudo para conseguir a droga, resultando em problemas sérios não só no que tange à sua saúde, mas também em suas relações interpessoais. Afastamento da família e amigos, e até mesmo comportamentos condenáveis, como participação de furtos ou assaltos para obter a droga são comuns.
            Mecanismo de ação:
Função normal da dopamina no cérebro:
            Sabe-se que neurotransmissores como a dopamina, noradrenalina e serotonina são catecolaminas sintetizadas por certas células nervosas que agem em regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, o prazer e a motivação. Depois de sintetizados, estes neurotransmissores são armazenados dentro devesículas sinápticas. Quando chega um impulso elétrico no terminal nervoso, as vesículas se direcionam para a membrana do neurônio e liberam o conteúdo, por ex., da dopamina, na fenda sináptica. A dopamina então atravessa essa fenda e se liga aos seus receptores específicos na membrana do próximo neurônio (neurônio pós-sináptico). Uma série de reações ocorre quando a dopamina ocupa receptores dopaminérgicos daquele neurônio: alguns íons entram e saem do neurônio e algumas enzimas são liberadas ou inibidas. Após a dopamina ter se ligado ao receptor pós-sináptico ela é recaptada novamente por sítios transportadores de dopamina localizados no primeiro neurônio A recaptura dos neurotransmissores é um mecanismo fundamental para manter a homeostase e capacitar os neurônios a reagir rapidamente a novas exigências, já que o trabalho do cérebro é constante. 
Quando cocaína entra no cérebro:
            Quando a cocaína entra no sistema de recompensa do cérebro, ela bloqueia os sítios transportadores de dopamina que têm a função de levar de volta a dopamina que estava agindo na sinapse. Uma vez bloqueados estes sítios, a dopamina não é recaptada, ficando, portanto, "solta" no cérebro até que a cocaína saia. Quando um novo impulso nervoso chega, mais dopamina é liberada na sinapse, mas ela se acumula no cérebro por seus sítios recaptadores estarem bloqueados pela cocaína. Acredita-se que a presença anormalmente longa de dopamina no cérebro é que causa os efeitos de prazer associados com o uso da cocaína. O uso prolongado da cocaína pode fazer com que o cérebro se adapte a ela, de forma que ele começa a depender desta substânica para funcionar normalmente diminuindo os níveis de dopamina no neurônio. Se o indivíduo parar de usar cocaína, não já não existe dopamina suficiente nas sinapses e então ele experimenta o oposto do prazer - fadiga, depressão e humor alterado.
            Não há descrição convincente de uma síndrome de abstinência quando o usuário pára de usar cocaína abruptamente: não sente dores pelo corpo, cólicas ou náuseas. O efeito que se observa é uma grande “fissura”, desejar usar novamente a droga para sentir seus efeitos agradáveis, e não para diminuir ou abolir o sofrimento relacionado à abstinência de algumas drogas.           
            Um estudo de PET, feito por cientistas da Johns Hopkins University e o National Institute on Drug Abuse nos EUA, descobriu que o vício pela cocaína está diretamente correlacionado a um aumento no cérebro dos receptores para substâncias opióides, como as endorfinas, que são naturais, e drogas de abuso, como a heroína e o ópio. Quanto maior a intensidade do vício, maior esse número de receptores. 



Referências:


http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/anim1.htm




Por: Aline Pertille, Camila Rodrigues, Fernanda Rocha, Gabriela Corso, Rafaela Abreu

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Porque alguns bêbados não se lembram de nada que fizeram durante a bebedeira? Como isso ocorre no cérebro?

Festa animada, bebida em excesso, disposição pra beber não falta e…  Iiii, esqueci do que aconteceu depois!
É bem verdade que às vezes os apagões alcoólicos são usados como justificativa pelos vexames causados. Mas o fato é que a amnésia alcoólica existe.
Também conhecida por "blackouts", são episódios transitórios onde a pessoa perde a memória para eventos e comportamentos ocorridos durante os períodos de intoxicação. Podem ocorrer em associação com o beber excessivo, em pessoas dependentes ou não, embora se acredite que apareça nas fases tardias da dependência. Não há uma explicação causal de consenso.
O álcool é um sedativo (ou seja, rebaixa o nível de consciência), logo, é capaz de causar blackout. Isso depende da predisposição de cada um (existem pessoas mais resistentes ou mais sensíveis à ação do álcool) e a quantidade de álcool ingerida. A rapidez com que o álcool é ingerido também influencia. Por isso, em primeiro lugar, é preciso, beber devagar, intercalar a bebida alcoólica com ingestão de bebidas não-alcoólicas, nunca ultrapassar um limite pré-estabelecido. Agora, se estiver difícil estabelecer um controle (bebe-se mais do que planeja) é sinal que algo de errado está acontecendo e aí vale a pena buscar uma ajuda especializada.
Por que se perde a memória depois de uma bebedeira?
Porque os neurônios do hipocampo, a região do cérebro que grava a memória, são atacados pelo álcool, que tem efeito inibidor, e não conseguem trabalhar direito. “A amnésia é resultado de uma intoxicação intensa. Há até risco de morte de células nervosas”, adverte o neurologista Paulo Bertolucci, especialista em memória da Universidade Federal de São Paulo. “A perda de memória após um pileque é um aviso para se parar de beber”. Não adianta se esforçar para tentar recordar o que aconteceu no dia seguinte. As lembranças da noite anterior desaparecem para sempre porque o hipocampo nem sequer gravou-as. O álcool ataca também neurônios de outras partes do cérebro, incluindo o córtex frontal, responsável, entre outras coisas, por manter a atenção. Assim, os bêbados também não conseguem se concentrar. Mesmo quando não ocorre uma amnésia completa, esquecem alguns detalhes.
Veja como o alcoól intoxica a mente.
Bêbado Inadequado: Quando o córtex frontal, que controla a autocrítica é intoxicado, o embriagador perde a noção do que deve fazer ou dizer.
Esquecido: O excesso de bebida pode lesionar o hipocampo, que regista as lembranças. Pode-se esquecer de tudo.
Desligado: Os bêbados perdem a sensibilidade à dor porque as células do córtex sensitivo são inibidas pelo álcool.
Enjoado: O bulbo cerebral comanda a circulação. Quando é afetado pode derrubar a pressão e provocar enjôos e vômitos.
Cambaleante: O cerebelo cuida da coordenação motora e do equilíbrio. Quando é atacado, o alcoolizado fica tonto e desestrado.

Estágios da bebedeira:
1º - Estágio: O Normal
Você começa a beber, aquilo desce gostoso, provocando alguma lacrimejamento e sorriso fácil. Fica sociável e alegre. Conta algumas piadinhas pra "relaxar o ambiente".
2º - Estágio: O Sábio
Com mais alguns goles, se torna o cara mais inteligente do local, domina praticamente todos os assuntos, e discute como se fosse o "rei da cocada preta". Conhece tudo.
3º - Estágio: O comedor
Esse é o estágio Allain Delon. Você começa a se achar o cara mais lindo e gostoso do lugar. Todas as minas começam a dar bola! Até mesmo as que não olham, pois estas só estão fazendo charme pra chamar sua atenção, estão "dando uma de difícil"!
4º - Estágio: O Ilusório
Alguma coisa diferente começa a acontecer com as pessoas do sexo feminino! Começam a ficar mais bonitas e chamativas. É incrível... Todas ficam lindas! Rugas, espinhas e quilos a mais somem, grau de parentesco, bafo, chatice, vai tudo por água abaixo...
5º - Estágio: O Pit bull
Estágio Myke Tyson. Após perceber que você se tornou o bonitão do local, é necessário demarcar o território de atuação. É quando você se torna o cara mais forte do mundo, bate em todos e ninguém pode com você! Em boates dá ombradas de propósito e bate cinza lá de cima do camarote na cabeça dos outros...
6º - Estágio: O Rico
Você se torna o cara mais rico do mundo. Começa a pagar bebida pra todo mundo, afinal de contas todos viram seu amigo, e você começa a marcar festas e churrascos na sua casa, é uma bondade só.
7º - Estágio: O Homem-invisível
Esse é o pior de todos. Você faz um monte de burradas e acha que ninguém tá vendo nada. Derruba copo, quebra garrafa, faz xixi fora da privada de propósito, fica pendurado em todo mundo, conta só piada chata, faz força pra ficar em pé quando já não caiu, olha pra bunda da namorada do seu amigo, mexe com a cunhada, elogia a sogra, começa a imitar bicha e assim vai...
8º - Estágio: O Desmemoriado
Estágio Amnésia. Após dormir mais de 12 horas nem lembra o que fez no dia anterior (ou finge não lembrar), e dependendo do comentário geral da galera,jura que nem saiu de casa... Esse estágio também provoca "A Hora do Espanto" e "A Hora do Pesadelo"! É aquele famoso medo de acordar com algum monstro ou E.T. do seu lado, ativando o Ayrton Senna dentro de você, para puxar o carro rapidinho.


terça-feira, 5 de abril de 2011

Orientações Sobre o Consumo de Álcool...!

Profissionais de saúde devem considerar alguns pontos ao discutir álcool com seus pacientes (algo que deveriam fazer mais freqüentemente):
  1. Não encorajar quem não bebe nada a começar a beber;
  2. Para quem já bebe, fermentados são geralmente mais seguros que destilados, mas deve se considerar a dose total;
  3. Beber num ritmo tal que o álcool possa ser adequadamente metabolizado (não mais que 1 dose por hora), intercalando bebidas alcoólicas com não alcoólicas;
  4. Consumo de baixo risco: HOMENS = não mais que 14 doses por semana, não mais que 4 por ocasião; MULHERES = não mais que 7 doses por semana, não mais que 3 numa única ocasião.
  5. NÃO EXISTE CONSUMO ISENTO DE RISCO (ex. uma dose antes de dirigir sempre é risco)
  6. Algumas pessoas e situações exigem ainda mais cuidados com relação ao consumo de álcool: mulheres grávidas (ou planejando engravidar), pessoas com mais de 65 anos, uso de medicamentos que interajam com o álcool e algumas condições de saúde.
  7. Indivíduos com histórico de abuso ou dependência de álcool devem evitar o álcool. É mais comum do que se imagina (cerca de 10% da população geral: 17% dos homens e 6% das mulheres, mas vem aumentando nesse grupo).

Devemos lembrar também que o consumo de álcool geralmente começa na adolescência e que é muito importante a orientação dos pais e uma boa relação familiar, com abertura para conversas e esclarecimentos de dúvidas e uma boa convivência. O exemplo dos pais sempre é muito importante nessa fase da adolescência. Porém devemos destacar que além da falta de orientação, desatenção da família e prática dentro de casa, existem outros fatores que levam alguém a fazer uso dessas substâncias, como por exemplo: curiosidade, companhia e inexperiência. Portanto, cabe aos pais ficarem sempre atentos aos seus filhos.

                                         Consequência do Álcool



segunda-feira, 28 de março de 2011

Legalização da maconha para fins terapêuticos

A legalização da maconha para fins terapêuticos é fundamentada pela sociedade, pois pode ajudar no tratamento de doenças como câncer, AIDS e Esclerose Múltipla e síndrome de Tourette (que causa movimentos involuntários). Muitos oncologistas e pacientes defendem o uso da Cannabis, cujo componente psicoativo é o THC, como agente antiemético. Apesar de apresentar efeitos menores que outros agentes terapêuticos, estes podem ser aumentados quando associados com outros antieméticos. Desta maneira, o uso da Cannabis na quimioterapia pode ser eficiente em pacientes apresentando náuseas e vômitos, sintomas que não são controlados com outros medicamentos.
No entanto, o maior contra da legalização da maconha é a relação existente entre o uso desta droga com a evolução dos usuários para outras ainda mais potentes. É preciso atenção para que não leve à dependência do paciente, levando este a um déficit central, causando alterações cerebrais irreversíveis.

Portanto, a maconha como fim terapêutico pode ser legalizado, assim como já acontece em alguns países, como Estados Unidos e Holanda, contanto que haja fiscalização em sua venda e prescrição.

Referência: http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1537

quinta-feira, 17 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011







Lança Perfume x Carnaval
Cultura Carnavalesca?

Ainda é possível encontrá-lo nos salões de carnaval, onde antes fazia parte das brincadeiras de damas, cavalheiros e crianças, que o espirravam pelo ambiente para deixá-lo cheiroso. Hoje, a intenção é outra: inalar o produto e ficar "chapado”.
A Lança perfume foi industrializada pela Rhodia da Argentina e importado para o Brasil até meados do século XX. A marca Rodouro foi muito solicitada nos carnavais brasileiros, aparecendo no carnaval de 1906 no Rio de Janeiro, até que os foliões passaram a utilizá-la como bebida espirituosa ou inalá-la profundamente, a partir de então, foi proibido o uso em salões e mais adiante a sua importação.
O lança-perfume é uma droga manufaturada com solventes químicos a base de cloreto de etila. A versão caseira chamado de "loló" é feita com uma combinação de éter(25%), clorofórmio CHCl3 (45%), álcool de cereais e/ou acetona(25%) e essência perfumada(5%).
Os efeitos do Lança-Perfume podem variar conforme a quantidade inalada pelo usuário, ele age no sistema nervoso central e causa desde um pequeno zumbido até fortes alucinações, inicia 5 à 10 segundos após a inalação da droga e dura de 30 segundos a até 10 minutos. Pesquisas indicam que o uso não causa dependência física, mas pode causar dependência psicológica e danos sérios ao sistema nervoso.
Os efeitos são os seguintes:
  • Euforia e excitação
  • O tato é alterado e pode levar a uma sensação de "estar voando".  
  • Formigamento das extremidades, no caso, mãos e pés.  
  • Formigamento da face.  
  • Forte barulho no ouvido, na maioria dos casos e como uma das características da droga, o famoso "Tuim" (semelhante ao barulho de uma linha telefônica aguardando uma chamada), e com o uso continuo da droga algumas pessoas escutam o barulho semelhante o de um helicóptero, ou o de uma ambulância.  
  • Sensação de felicidade.  
  • Vontade de rir.  
  • Alucinações: se inalado em grandes quantidades a pessoa perde os sentidos, tem alucinações, sonhos, mas podendo sempre sofrer sérios danos causados por quedas ou por agir inconscientemente.  
  • Após o efeito da droga, segue náuseas, depressão, dores de cabeça e mal estar.  
  • No dia seguinte ou algumas horas depois podem surgir dores no estômago e uma sensação semelhante a uma ressaca.  
  • Se inalado em grande quantidade, há uma forte tendência do usuário cuspir placas de sangue.  
  • Se misturado a bebida pode causar coma profundo.  
  • Se você chegar ao ponto de desmaiar, terá sonhos alucinantes e ao acordar não se recordará de nada e ficara "lesado" por um tempo,como se fosse uma espécie de ressaca. 
Essa droga é utilizada somente no Brasil principalmente na época do carnaval quando aumentam em 70% as apreensões. Conforme o noticiário foram flagrados três adolescentes com lança perfume na noite do sábado para domingo (06/03) em desfile de carnaval na cidade de Campinas o que comprova que a tradição do uso dessa droga ainda continua nos dias de hoje.